07 janeiro 2011

Programação de Janeiro de 2011

TRILOGIA DAS CORES
Para inaugurar o ano de 2011 na Fatec, exibiremos em três dias a Trilogia das Cores, de Krzysztof Kieslowski. Os textos a seguir sobre os três filmes são de Rafael Amaral (veja seu blog sobre cinema), grande colaborador do Cineclube Consciência e jornalista do Bom Dia.
As sessões ocorrem aos sábados, às 19h, gratuitamente, no auditório da Fatec. (veja como chegar ao local no fim deste texto).

15/01 - A Liberdade é Azul
título original: (Trois Couleurs: Bleu)
lançamento: 1993 (França)
direção:Krzysztof Kieslowski
atores:Juliette Binoche, Benoít Régent, Floence Pernel, Charlotte Very.
duração: 97 min

A impossibilidade de deixar seu passado é o drama de Julie (Juliette Binoche), mulher que busca sua independência após a morte do marido e filha em um acidente de carro. “Independência” é um termo não muito adequado quando se fala de alguém livre para fazer o que quiser, mas presa ao seu passado – o causador da criação de um meio de impedimento interno. Julie pode suportar mudar de casa, sair da calmaria do campo e do luxo para ir a um local nem sempre agradável visualmente: um pequeno apartamento de subúrbio. Deixa todos os móveis para trás, resolve vender a casa e ali conserva apenas um pequeno colchão, servindo de aconchegante reserva para se deitar com seu amante. Apenas um petrecho ela resolve guardar de sua “velha vida”: um enfeite de pedras azuis, talvez um dos famosos pontos de ligação – uma espécie de marcador – usado por Kieslowski em seus filmes.

22/01 - A Igualdade é Branca
título original: (Trzy Kolory: Bialy)
lançamento: 1994 (Polônia)
direção:Krzysztof Kieslowski
atores:Zbigniew Zamachowski, Julie Delpy, Janusz Gajos, Jerzy Stuhr.
duração: 89 min

As fronteiras, idiomas diversificados e preconceitos promovem a desunião numa Europa em busca da unificação. A personagem central, um passivo cabeleireiro a favor de encontrar sua paz de espírito sem se importar em qual terra está, mostra mudanças, de um pacato homem apaixonado a um amante vingador. Inúmeras possibilidades de vida desaparecem enquanto a unificação européia exige que seus novos moradores – antes adaptados ao modelo comunista – aceitem aderir e, dependendo do caso, vislumbrar um vizinho para adotar como exemplo, seja econômico ou social. A Polônia, em 1994 (ano em que este filme foi lançado), não tinha o poder francês. Talvez não quisesse esse exemplo próximo; talvez lutasse para se manter em outra estrutura e ainda assim reservar uma dose de críticas a dizer sobre os russos.

29/01 - A Fraternidade é Vermelha
título original: (Trois Couleurs: Rouge)
lançamento: 1994 (França)
atores:Irene Jacob, Jean-Louis Trintignant, Zbigniew Zamachowski, Jean-Pierre Lorit.
duração: 99 min

Se a primeira parte foi descrita como um drama, a segunda como uma comédia, na terceira o próprio Kieslowski deixa à crítica e ao público decidir a qual gênero o filme pertence. No capítulo final da consagrada trilogia, um momento representa o sentido de equilíbrio da “fraternidade”, entre a “liberdade” e a “igualdade”. Ao descobrir um intruso na sociedade, o homem que pode ouvir as conversas receptadas ilegalmente de seus vizinhos, a modelo Valentine (Irène Jacob) decide revelar aquilo que chama de “repulsivo”. Mas, antes de denunciar esse homem, deixa nascer uma relação com ele, algo que ela não sabe explicar e que ocorre após atropelar seu cão. Os traços de Valentine remetem a uma jovem garota puritana, que, sem muitas explicações, decide mudar – com certo receio – sua maneira em lidar com pessoas. Despenca seu conhecido universo de belezas estéticas, chegando a um túnel escuro que é a vida do juiz; tudo, a seguir, é conduzido por palavras de confiança de um homem um dia triste por ter perdido seu grande amor. Ao tentar encontrar uma saída a seu passado, induz ao prazer de celebrar as coincidências mostradas. São as coincidências de Kieslowski: nunca gratuitas e sempre enriquecedoras.




Auditório FATEC - Av. União dos Ferroviários, 1760 Jundiaí/SP, prédio ao lado do POUPATEMPO (entrada pelo local). Para chegar, de carro, ao prédio do auditório onde são realizadas as sessões, basta passar em frente ao galpão onde ficam os carros de carnaval e entrar à esquerda em uma ruazinha estreita. Em frente a esta rua fica às vezes uma placa de "proibido entrar" - não tem problema, entre assim mesmo.


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